HIGIENIZAÇÃO
DAS MÃOS
O que é
higienização das mãos?
Por que
fazer?
Para que
higienizar as mãos?
Quem deve
higienizar as mãos?
Como fazer?
Quando fazer?
O QUE É
HIGIENIZAÇÃO DAS MÃOS?
É a medida individual mais simples e menos
dispendiosa para prevenir a propagação das infecções relacionadas à assistência
à saúde(3). Recentemente, o termo “lavagem das mãos” foi substituído por
“higienização das mãos” devido à maior abrangência deste procedimento(9). O
termo engloba a higienização simples, a higienização anti-séptica, a fricção
anti-séptica e a anti-sepsia cirúrgica das mãos, que serão abordadas mais
adiante.
POR QUE
FAZER?
As mãos constituem a principal via de transmissão
de microrganismos durante a assistência prestada aos pacientes, pois a pele é
um possível reservatório de diversos microrganismos, que podem se transferir de
uma superfície para outra, por meio de contato direto (pele com pele), ou
indireto, através do contato com objetos e superfícies contaminados(9).
A pele das mãos alberga, principalmente, duas
populações de microrganismos: os pertencentes à microbiota residente e à
microbiota transitória(10). A microbiota residente é constituída por
microrganismos de baixa virulência, como estafilococos, corinebactérias e
micrococos, pouco associados às infecções veiculadas pelas mãos. É mais difícil
de ser removida pela higienização das mãos com água e sabão, uma vez que
coloniza as camadas mais internas da pele.
A microbiota transitória coloniza a camada mais
superficial da pele, o que permite sua remoção mecânica pela higienização das
mãos com água e sabão, sendo eliminada com mais facilidade quando se utiliza
uma solução anti-séptica. É representada, tipicamente, pelas bactérias
Gram-negativas, como enterobactérias (Ex: Escherichia coli), bactérias não
fermentadoras (Ex: Pseudomonas aeruginosa), além de fungos e vírus.
Os patógenos hospitalares mais relevantes são:
Staphylococcus aureus, Staphylococcus epidermidis, Enterococcus spp.,
Pseudomonas aeruginosa, Klebsiella spp., Enterobacter spp. e leveduras do
gênero Candida(11). As infecções relacionadas à assistência à saúde geralmente
são causadas por diversos microrganismos resistentes aos antimicrobianos(12),
tais como S. aureus e S. epidermidis, resistentes a oxacilina/meticilina;
Enterococcus spp., resistentes a vancomicina; Enterobacteriaceae, resistentes a
cefalosporinas de 3a geração e Pseudomonas aeruginosa, resistentes a
carbapenêmicos(13).
As taxas de infecções e resistência microbiana aos
antimicrobianos são maiores em Unidades de Terapia Intensiva (UTI), devido a
vários fatores: maior volume de trabalho, presença de pacientes graves, tempo
de internação prolongado, maior quantidade de procedimentos invasivos e maior
uso de antimicrobianos(14,15).
PARA QUE
HIGIENIZAR AS MÃOS?
A higienização das mãos apresenta as seguintes
finalidades:
• Remoção de sujidade, suor, oleosidade, pêlos,
células descamativas e da microbiota da pele, interrompendo a transmissão de
infecções veiculadas ao contato;
• Prevenção e redução das infecções causadas pelas
transmissões cruzadas.
QUEM DEVE
HIGIENIZAR AS MÃOS?
Devem higienizar as mãos todos os profissionais que
trabalham em serviços de saúde, que mantém contato direto ou indireto com os
pacientes, que atuam na manipulação de medicamentos, alimentos e material estéril
ou contaminado(16).
COMO FAZER?
QUANDO FAZER?
As mãos dos profissionais que atuam em serviços de
saúde podem ser higienizadas utilizando-se: água e sabão, preparação alcoólica
e anti-séptico.
A utilização de um determinado produto depende das
indicações descritas abaixo(8,9,16):
USO DE ÁGUA
E SABÃO
Indicação:
Quando as mãos estiverem visivelmente sujas ou
contaminadas com sangue e outros fluidos corporais.
Ao iniciar o turno de trabalho.
Após ir ao banheiro.
Antes e depois das refeições.
Antes de preparo de alimentos.
Antes de preparo e manipulação de medicamentos.
Nas situações descritas a seguir para preparação
alcoólica.
USO DE
PREPARAÇÃO ALCOÓLICA
Indicação
Higienizar as mãos com preparação alcoólica quando
estas não estiverem visivelmente sujas, em todas as situações descritas a seguir:
Antes de
contato com o paciente
Objetivo: proteção do paciente, evitando a
transmissão de microrganismos oriundos das mãos do profissional de saúde.
Exemplos: exames físicos (determinação do pulso, da
pressão arterial, da temperatura corporal); contato físico direto (aplicação de
massagem, realização de higiene corporal); e gestos de cortesia e conforto.
Após contato
com o paciente
Objetivo: proteção do profissional e das
superfícies e objetos imediatamente próximos ao paciente, evitando a
transmissão de microrganismos do próprio paciente.
Antes de
realizar procedimentos assistenciais e manipular dispositivos invasivos
Objetivo: proteção do paciente, evitando a
transmissão de microrganismos oriundos das mãos do profissional de saúde.
Exemplos: contato com membranas mucosas
(administração de medicamentos pelas vias oftálmica e nasal); com pele não
intacta (realização de curativos, aplicação de injeções); e com dispositivos
invasivos (cateteres intravasculares e urinários, tubo endotraqueal).
Antes de
calçar luvas para inserção de dispositivos invasivos que não requeiram preparo
cirúrgico
Objetivo: proteção do paciente, evitando a
transmissão de microrganismos oriundos
das mãos do profissional de saúde.
Exemplo: inserção de cateteres vasculares
periféricos.
Após risco
de exposição a fluidos corporais
Objetivo: proteção do profissional e das
superfícies e objetos imediatamente próximos ao paciente, evitando a
transmissão de microrganismos do paciente a outros profissionais ou pacientes.
Ao mudar de
um sítio corporal contaminado para outro, limpo, durante o cuidado ao paciente
Objetivo: proteção do paciente, evitando a
transmissão de microrganismos de uma determinada área para outras áreas de seu
corpo.
Exemplo: troca de fraldas e subseqüente manipulação
de cateter intravascular.
Ressalta-se que esta situação não deve ocorrer com
freqüência na rotina profissional. Devem-se planejar os cuidados ao paciente
iniciando a assistência na seqüência: sítio menos contaminado para o mais
contaminado.
Após contato
com objetos inanimados e superfícies imediatamente próximas ao paciente
Objetivo: proteção do profissional e das
superfícies e objetos imediatamente próximos ao paciente, evitando a
transmissão de microrganismos do paciente a outros profissionais ou pacientes.
Exemplos: manipulação de respiradores, monitores
cardíacos, troca de roupas de cama, ajuste da velocidade de infusão de solução
endovenosa.
Antes e após
remoção de luvas (sem talco)
Objetivo: proteção do profissional e das
superfícies e objetos imediatamente próximos ao paciente, evitando a
transmissão de microrganismos do paciente a outros profissionais ou pacientes.
As luvas previnem a contaminação das mãos dos
profissionais de saúde e ajudam a reduzir a transmissão de patógenos.
Entretanto, elas podem ter microfuros ou perder sua integridade sem que o
profissional perceba, possibilitando a contaminação das mãos.
Outros
procedimentos
Exemplo: manipulação de invólucros de material
estéril.
Importante
Use
luvas somente quando indicado.
Utilize-as
antes de entrar em contato com sangue, líquidos corporais, membrana mucosa,
pele não intacta e outros materiais potencialmente infectantes.
Troque
de luvas sempre que entrar em contato com outro paciente.
Troque
também durante o contato com o paciente se for mudar de um sítio corporal
contaminado para outro, limpo, ou quando esta estiver danificada.
Nunca
toque desnecessariamente superfícies e materiais (tais como telefones,
maçanetas, portas) quando estiver com luvas.
Observe
a técnica correta de remoção de luvas para evitar a contaminação das mãos.
Lembre-se:
o uso de luvas não substitui a higienização das mãos!
USO DE
ANTI-SÉPTICOS
Estes produtos associam detergentes com
anti-sépticos e se destinam à higienização anti-séptica das mãos e degermação
da pele.
Indicação:
Higienização
anti-séptica das mãos
Nos casos de precaução de contato recomendados para
pacientes portadores de microrganismos multirresistentes.
Nos casos de surtos.
Degermação
da pele
No pré-operatório, antes de qualquer procedimento
cirúrgico (indicado para toda equipe cirúrgica).
Antes da realização de procedimentos invasivos.
Exemplos: inserção de cateter intravascular central, punções, drenagens de
cavidades, instalação de diálise, pequenas suturas, endoscopias e outros.
Importante
De acordo com os códigos de ética dos profissionais
de saúde, quando estes colocam em risco a saúde dos pacientes, podem ser
responsabilizados por imperícia, negligência ou imprudência(17,18,19,20).
Fonte: http://www.anvisa.gov.br/hotsite/higienizacao_maos/higienizacao.htm
acesso em 20.04.2013.
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