quinta-feira, 17 de julho de 2014

HOMEM COM PEDAÇO DE MADEIRA HÁ MAIS DE 30 ANOS É OPERADO NO HRP


POR :  DR. EDGLEYS PORTO . CIRURGIÃO BUCO MAXILO FACIAL!!!

 HOMEM COM “PEDAÇO DE MADEIRA” NO CORPO
HÁ MAIS DE 30 ANOS É OPERADO COM SUCESSO
EM HOSPITAL DO INTERIOR DA PARAÍBA

A revista científica de relevância internacional Brazilian Journal of Oral and Maxillofacial Surgery (BJOMS) publicou esta semana o caso de um homem de 46 anos de idade que convivia com um “pedaço de madeira” alojado no seio maxilar há 34 anos operado no Hospital Regional Felipe Tiago Gomes de Picuí-PB, pela equipe do cirurgião buco-maxilo-facial dr. Edgley Porto. Para ver o artigo na íntegra acesse: http://www.revistacirurgiabmf.com/2014/1/9.pdf

Confira os detalhes abaixo:

RELATO DE CASO

Paciente do sexo masculino, com 46 anos, melanoderma, agricultor procurou o ambulatório do Serviço de Cirurgia e Traumatologia Bucomaxilo­facial do Hospital Regional Felipe Tiago Gomes de Picuí-PB, com queixa de uma “ponta de madeira no rosto”. Segundo o paciente, aos 12 anos de idade, durante o trabalho na lavoura, sofreu uma queda da própria altura com a penetração do objeto e que não se submeteu a nenhum tipo de tratamento. O paciente relatou vários episódios de processo infeccioso, com presença de edema acentuado e de secreção de exsudato purulento.
Ao exame físico extra oral observou-se uma invaginação na região geniana direita com drena­gem ativa de exsudato. À palpação, evidenciou-se endurecimento e dor na referida região. Ao exame intraoral, verificou-se aspecto normal da mucosa oral, sem alterações de cor e volume e ausência de fístulas.
Foram solicitados exames de imagem para avaliação. A radiografia panorâmica da área evi­denciou a presença de imagem radiopaca no limite entre o seio maxilar direito e o óstio medial do seio paranasal (Fig. 1A). Adicionalmente, a tomografia computadorizada em cortes axial e coronal da re­gião apontou uma imagem hiperdensa, compatível com corpo estranho no seio maxilar direito, con­chas nasais, células etmoidais e seio frontal, com rompimento das paredes anterior, lateral e medial do seio maxilar e espessamento da parede lateral deste (Fig. 1B e 1C).






A



B










C
Figura 1 - Radiografia panorâmica mostrando imagem radiopaca, sugestiva de corpo estranho no seio maxilar direito (A); TC em corte coronal, mostrando imagem hi­perdensa compatível com corpo estranho no seio maxilar direito, estendendo-se para as células etmoidais (B). TC em corte axial, mostrando o rompimento das paredes anterior, lateral e medial do seio maxilar direito (C).

Com base no exame físico e de imagem, foi planejada a remoção do corpo estranho através de técnica de Caldwell-Luc, sob anestesia geral.

Inicialmente, foi realizada uma incisão em fundo de vestíbulo maxilar direito de canino até segundo molar, seguido do descolamento mucoperiosteal, expondo parede anterior do seio maxilar. Poste­riormente, foi efetuada a osteotomia de formato elíptico na parede anterior do seio maxilar, por meio do qual o corpo estranho foi localizado e removido o com auxílio de pinça hemostática curva, sendo este de um fragmento de madeira de dimensões 35x10 mm(Fig. 2B). Também foi evidenciado que parte da mucosa sinusal apresentava necrose, sendo realizada a sinusectomia, e, após limpeza da cavidade e abundante irrigação, realizou-se a sutura em pontos simples (Fig. 2C).
















A

B

















C
Figura 2- Técnica de Caldwell-Luc para acesso à pare­de anterior do seio maxilar (A); Corpo estranho retirado (fragmento de madeira), medindo aproximadamente 35xx10mm. Ao lado, remanescentes necróticos da muco­sa do seio maxilar (B); Sutura em pontos contínuos (C).


Atualmente o paciente encontra-se em proser­vação, sem nenhuma queixa relacionada ao tra­tamento ou episódios de reincidência do processo infeccioso.




Nenhum comentário:

Postar um comentário